sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Faz chover;

.debato-me em seus lábios secos. fraturados como solo de sertão. eles esperam minhas palavras como a chuva. e umedecem-se apenas do sangue de suas próprias rachaduras. sou nuvem seca pairando no céu azul de bronze. em prece. esperando que uma outra traga o refrigério em mim não alcançado.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Não entendo de asas;

.sou capitã de um navio, do qual a tripulação me enche. quando transbordo tudo se reduz a uma canoa. furada. é mar de solidão. trago uma âncora no braço e outra no peito. espero as águas cinzas cobrirem minha cabeça.