eu tenho medo do bem. tenho medo da faca
da convicção. vejo-a retalhar ideias no ninho. aspirações em formação. ideais que
não se transmitem na linguagem formatada, na formalidade das falas bonitas, mas
mortas. cemitério de altíssimas verdades. um corte profundo, assertivo,
treinado na mediocridade do reproduzir. eu tenho medo do bem cristalizado. da negação
do mal estar que a análise atenta, constante e forçada provoca. eu tenho medo da
transubstanciação do bem em verdade e, da verdade em deus. da fé, que faz enxergar
ao outro como inimigo. sacrificamos nossos inimigos a deus. é assim faz tempo. mesmo
sem saber ao certo o que é o bem, ou, o que é deus. estranho olhar o outro sem se
ver. o outro é carapaça. sujeito a humilhação e chutes na costela. ele não é o
bem. ele não se justifica. e a verdade-fé se justapõe em um único tiro. eu
tenho medo do bem. eu tenho medo do bem. eu tenho medo do bem.
Eu canto contigo: eu tenho medo do bem.eu tenho medo do bem. eu tenho medo do bem.
ResponderExcluirUm beijo.